Férias de julho: o que fazer? Três questões a considerar antes de decidir sobre viagens

Temos recebido muitas mensagens de leitores planejavam viajar, ou já tinham viagem marcada para as férias de julho. Será que ainda rola? Será seguro viajar nesse período? Quais os destinos seriam indicados, ou provavelmente inviáveis no atual contexto? Nesse post respondemos essas perguntas e indicamos 3 questões fundamentais que você precisa levar em consideração antes de tomar a sua decisão, nesse difícil momento.

O que é preciso considerar antes de decidir sua viagem nas férias de julho?

A primeira questão, para quem tem filhos ou depende de alguma forma das férias escolares, é se informar se ainda haverá algum período de recesso escolar no mês de julho? Como na maioria das cidades brasileiras as aulas foram suspensas, dependendo da quantidade de dias que os alunos fiquem sem aulas é possível que as férias sejam canceladas para reposição das aulas, complicando a vida dos pais, filhos, professores e funcionários que planejavam viajar nesse período.

Outro fator a ser levado em consideração é a segurança. Ainda não é possível saber se a pandemia de coronavírus estará controlada nesse período, já que o Brasil e a maioria dos países ainda não atingiu o pico do número de casos. Provavelmente, será inviável viajar para os países mais atingidos, como Itália, Alemanha e Estados Unidos, mas outros destinos podem facilmente entrar nessa lista nas próximas semanas. Lembrando que não é só o risco de contaminação pelo coronavírus que deve ser ponderado, mas também o de fechamentos de fronteiras para turistas, bem como de atrações, comércio e serviços.

Por último, mas não menos importante, o fator mobilidade. A maioria das companhias aéreas do mundo paralisou por completo suas operações ou cancelou grande parte dos voos nacionais e internacionais previstos até maio ou junho. A retomada das rotas vai depender do resultado do esforço dos países para conter a pandemia, das decisões dos governos de liberar as fronteiras e atividades turísticas, e da disposição dos passageiros para viajar novamente. A única certeza é que a retomada, quando acontecer, será gradual. Ou seja, muitas rotas que eram operadas antes da pandemia não vão mais existir, ou não serão retomadas até julho, o que deve impactar muitos turistas. No caso das viagens em ônibus interestaduais no Brasil, a retomada vai depender da decisão dos governos.

O que devo fazer?

Tenho passagem, hotel ou pacote comprado

O ideal é esperar, acompanhar a evolução da pandemia e decidir mais próximo da data da viagem. Um mês antes da data da viagem me parece o período ideal para decidir o que fazer, pois já se terá maior clareza dos fatores que citamos acima. Até lá, caso a empresa tenha cancelado o voo, você terá maior flexibilidade para remarcar ou cancelar sua viagem.

Não tenho viagem programada, mas quero planejar

Nossa recomendação é aguardar algumas semanas. Após o fim do período de isolamento social e do fechamento do comércio nas principais cidades do Brasil e do mundo, teremos uma melhor ideia de como o número de casos vai evoluir, bem como dos próximos passos das autoridades no enfrentamento dessa crise.

Como julho está relativamente próximo, talvez seja mais seguro pensar num destino que não tenha tido um grande número de casos de coronavírus e com atividades que não demandem aglomeração (ambientes abertos e com pouca densidade são os mais indicados). Certamente essa ainda será uma preocupação nesse período, especialmente por ser inverno no Brasil, período onde há maior proliferação de infecções respiratórias.

Recomendações gerais

1. Quanto mais distante de hoje for a sua viagem, maiores as chances da situação estar normalizada. Ainda assim, os efeitos da pandemia são imprevisíveis e vão continuar oferecendo risco pelo menos para viagens planejadas nos próximos 9 meses.
2. Aproveite eventuais créditos de viagens canceladas nesse período. A validade é limitada e você vai perceber que 12 meses passam muito rápido.
3. Se for reservar hotel, faça uma reserva cancelável e anote o prazo para desistência sem custo. É a sua segurança de ter o dinheiro de volta em caso de imprevistos ou mudança de planos, por conta do coronavírus.
4. Considere os efeitos do câmbio. O dólar e o euro atingiram cotações muito elevadas e suas trajetórias são imprevisíveis. É super arriscado planejar uma viagem agora contando com um câmbio mais favorável no futuro. Deixe uma reserva de emergência no seu orçamento.
5. Cuidado com preços muito baixos e planos de longuíssimo prazo. Essa é a maior crise da história do turismo mundial e, infelizmente, muitas companhias aéreas, hotéis, pousadas e agências de viagem podem não resistir e quebrar. Compromissos de longo prazo, como pacotes de viagem com preços super baixos para 2021, envolvem um risco bastante alto de algum elo da cadeia falir e não ter como devolver o valor que foi pago. Além disso, estamos entrando numa crise econômica que pode impactar significativamente o mercado de trabalho.